Ontem, estava conversando com um grande amigo meu (Amém, ainda existem!) sobre as relações atualmente. Ele citou uma determinada cultura, que talvez não caiba neste contexto por gerar um tipo de "preconceito", mas que diz respeito, na minha concepção, à atual Humanidade. Trata-se de uma cultura onde as pessoas se relacionam com aquilo que lhes dê algum proveito, como status, favores, etc. As relações passam a ser um meio, uma ponte, e não um fim em si mesmas.
Isso me fez lembrar o livro de Bauman Vida Líquida,
"Essa paciência, cujo o tempo de duração foi radicalmente reduzido, conduz a busca de fins rápidos e radicais para relacionamentos desagradéveis (...)"
Penso que isso talvez seja fruto de uma constante construção e reconstrução de identidade. É o momento de acesso a tudo e a todos, a coisificaçao do humano, já prevista em Adorno.
"Essa paciência, cujo o tempo de duração foi radicalmente reduzido, conduz a busca de fins rápidos e radicais para relacionamentos desagradéveis (...)"
Penso que isso talvez seja fruto de uma constante construção e reconstrução de identidade. É o momento de acesso a tudo e a todos, a coisificaçao do humano, já prevista em Adorno.
Tenho amigas de anossssss, mudamos as vidas, as prioridades, mas continuamos mantendo o contato, o respeito e o cuidado. Não somos santas, mas nos momentos, MOMENTOS, estamos PRESENTES. Não concordamos mais com as mesmas coisas, porém, de alguma forma, todas as mudanças ocorridas fizeram como que nos completássemos. É a amizade pela amizade, pelo estar perto, mesmo sem poder ajudar de maneira pragmática.
Diz-se, de uma maneira geral, que as amizades duram mais do que os relacionamentos amorosos. Atualmente todas as relações parecem cumprir o mesmo destino, o fim! Mas se um dia acabam, de fato existiram? Não, não existiram. O interesse passou, e daí vem a "angústia de se livrar de um carro velho", de acordo com Bauman. Viramos consumidores de "gente", e desse consumo não cabe reciclagem.
Andreia Maciel
Nenhum comentário:
Postar um comentário