
Longe de promessas terapêuticas, ou de fórmulas prontas, a filosofia provoca um movimento solitário, já proposto por Sócrates: γνωθι σεαυτον (gnothi seauton, "conhece-te a ti próprio"). Um despertar para a consciência de si, e do mundo, algo só possível na subjetividade, e decisivo para o conhecimento de si, antes do conhecimento do mundo. Epicuro também afirmava a necessidade de um auto-conhecimento, dizia que por não entendermos as nossas necessidades, caimos vítimas de desejos substitutos, como exemplo: calças que não nos servem, ou excessos de sapatos que nunca iremos usar.
Sentimo-nos atraídos pelos bens materias, na crença de que eles nos trarão felicidade; até podem trazer, mas será que é a felicidade da qual realmente necessitamos?
Nem sempre desejamos aquilo que precisamos, isso em nível de objetos materias, ou de relações pessoais. Nunca se teve tanta facilidade de acesso à comunicação entre as pessoas: celular, msn, e-mail, skype e etc; no entanto, alimentamos a sensação de vazio, de falta de troca, de entendimento nas relações humanas. Por maiores os avanços da técnica e de de seus produtos, visando à facilidade da vida, sempre haverá algo de subjetivo, próprio do humano que só remete a si mesmo. Nisso, a filosofia não promove o caminho, mas fomenta a busca por ele.
Epicuro viveu de 341-270 a. C., aos 35 anos comprou uma casa retirada da cidade, e chamou alguns amigos para morarem com ele. A casa era ampla, com privacidade para todos, apenas as refeições e conversas eram feitas em áreas afins, como por exemplo o jardim (kepos). É daí que surge o jardim de Epicuro, que até hoje denominanos de jardim de infância, devido ao apelo pelo lúdico e ao clima fraternal. Lá, as sanções não existiam, o Kepos admitia as mulheres, os escravos, estrangeiros, quem quer que se interessasse pela proposta epicurista: de amizade e amor à filosofia e à humanidade.
A proposta do blog “Nada vem do Nada”, à semelhança da proposta de Epicuro, é de uma reflexão de si mesmo, a busca pela filosofia e sua atividade. Para quê? Para a vida! Qual o propósito? A felicidade! Questões tão elementares, que o avanço científico e a técnica ainda não conseguiram responder à humanidade. Ainda que não saibamos de onde viemos, ou para onde iremos, certamente acabaremos em algum lugar, pois “Nada acaba em nada”!
Andreia Maciel, professora de Filosofia.
Nem sempre desejamos aquilo que precisamos, isso em nível de objetos materias, ou de relações pessoais. Nunca se teve tanta facilidade de acesso à comunicação entre as pessoas: celular, msn, e-mail, skype e etc; no entanto, alimentamos a sensação de vazio, de falta de troca, de entendimento nas relações humanas. Por maiores os avanços da técnica e de de seus produtos, visando à facilidade da vida, sempre haverá algo de subjetivo, próprio do humano que só remete a si mesmo. Nisso, a filosofia não promove o caminho, mas fomenta a busca por ele.
Epicuro viveu de 341-270 a. C., aos 35 anos comprou uma casa retirada da cidade, e chamou alguns amigos para morarem com ele. A casa era ampla, com privacidade para todos, apenas as refeições e conversas eram feitas em áreas afins, como por exemplo o jardim (kepos). É daí que surge o jardim de Epicuro, que até hoje denominanos de jardim de infância, devido ao apelo pelo lúdico e ao clima fraternal. Lá, as sanções não existiam, o Kepos admitia as mulheres, os escravos, estrangeiros, quem quer que se interessasse pela proposta epicurista: de amizade e amor à filosofia e à humanidade.
A proposta do blog “Nada vem do Nada”, à semelhança da proposta de Epicuro, é de uma reflexão de si mesmo, a busca pela filosofia e sua atividade. Para quê? Para a vida! Qual o propósito? A felicidade! Questões tão elementares, que o avanço científico e a técnica ainda não conseguiram responder à humanidade. Ainda que não saibamos de onde viemos, ou para onde iremos, certamente acabaremos em algum lugar, pois “Nada acaba em nada”!
Andreia Maciel, professora de Filosofia.
Desde aquela época já utilizavam o consumo como forma de livrar a pessoa da solidão e do vazio interno, embora saibamos que isso seja um paliativo, e não a solução.
ResponderExcluirE qual seria a solução? Sinceramente, não sei. É uma questão relativa e pessoal. Usualmenente a religião é usada como solução. Nos dias atuais, filosofar não sacia a tristeza, a solidão e o vazio de cada pessoa, pois o materialismo (no sentido da valorização da matéria, do ter), o consumismo, o individualismo, a exploração cada vez mais acentuada da mão-de-obra, os salários arrochados, o aumentodo custo de vida, o medo do desemprego, a violência, as dívidas, etc., tem "minado" em demasia as pessoas, e uma mente cheia de problemas e inquietações não está apta a filosofar e abstrair, a fim de se auto conhecer, como dizia Sócrates. As palavras dos filósofos não parecem ser muito confortantes para elas. Com isso, as pessoas, buscam a religião não como uma forma de interpretar o mundo, e sim de se socializar, obter auto-confiança e progresso material a curto prazo. Normalmente, os indivíduos buscam as religiões evangélicas, pois falam muito da vitória ainda em vida e do Deus e Jesus milagreiro, capaz de solucionar problemas, pregando messianismos e o progresso material a curto prazo, enquanto a católica prega a vitória após a morte, no Reino de Deus, a vitória a longo prazo. Eis um dos motivos da crescente "descatolização" que o Brasil vive atualmente. Que o diga o ato de filosofar.
Bom dia!
ExcluirQue pena que só agora vi sua mensagem,
mas de repente, era pra confirmar que nada vem do nada...!
Não é verdade?
MAS não preocupe, seu coração, por-que alguém já descobriu ,A solução, para o nada que vêm do Nada !
É fácil,
É só AMAR tudo;
Porque o AMOR ágape, purifica tudo!
Não é verdade?
O que MAIS nos atormenta?
O mal, o maligno, e seus derivados, como o pecado e a mentira ,
sendo que o pai da mentira é o diabo!
Portanto, se o AMOR purifica tudo...
Então é só AMAR o diabo!
Eu amo o diabo!
e tu ,
vai fazer o mesmo ou vai continuar sem a solução, De que o nada vem do nada ?
Paz e bem!
Iiiiiiiiiiiijij
ExcluirO prazer vem antes da obrigação?
ResponderExcluirBizza,
ResponderExcluirA questão é "qual prazer me trará a felicidade?" Só é capaz de responder quem possui um autoconhecimento e uma visão crítica da realidade. Tarefas propostas pela Filosofia!
"Qual prazer me trará a felicidade?"
ResponderExcluirAquele prazer que você tem por consciência própria, sem temer as opiniões alheias nem as próprias. Porém, para ter consciência própria, é necessário ter um pensamento crítico muito avançado de forma que nossas ideias não sejam permeadas por ideologias, o que quase ninguém tem, pois vivemos em sociedade, e toda sociedade é permeada de diversos valores, os quais escolhemos alguns para dar sentido à nossa própria existência. Uma vida sem ideologias e consciência totalmente própria é impossível quando vivemos em sociedade. Estaríamos nos excluindo, deixando de existir para nós mesmos.
"Ideologia, eu quero uma para viver!"
O problema contido nessa filosofia de Epicuro é que existem determinados prazeres que não seguem os padrões comuns de certas sociedades. E como a sociedade rejeita tudo o que à ela não se adequa, a busca pela felicidade pode se tornar em certos casos muito difícil, a ponto de fazer da tristeza mais cômoda do que a própria realização pessoal.
ResponderExcluirTalvez seja por isso que existe essa constante sensação de vazio, imperfeição e superficialidade que habita o consciente de tantas pessoas.
Felipe,
ResponderExcluira sensação de vazio, de angústia é própria do Ser. Os Existencialistas abordam o tema, Kierkegaard é considerado o pai do existencialismo. "A VERDADE É A SUBJETIVIDADE"
Mas essa sensação de vazio é provocada pela nossa percepção, consciente ou não, da nossa limitação. Tudo o que queremos na vida é atingir a perfeição, a plenitude naquilo que gostamos ou que fazemos, e montamos uma imagem de nós mesmos baseados nisso. Quando percebemos que estamos muito longe disso e será muito difícil, mesmo impossível, de materializarmos essa imagem, angustiamo-nos e passamos a questionar nossa própria existência, pois é como se nossa mente não reconhecesse o ser imperfeito e falho que somos, em contraposição ao ser perfeito, magnífico e superior que desejamos ser.
ResponderExcluirQuando temos a certeza de que não podemos existir tal como essa tão dita imagem que nós mesmos fazemos, não encontramos mais sentido na nossa vida (esse sentido é dado pela busca da magnificência), desistimos de viver. Assim é o suicídio. Não necessariamente o suicídio propriamente dito, material, como o cara dar um tiro na cabeça, mas o suicídio que se refere ao abandono espiritual de nós mesmos. Por exemplo, um indivíduo que está em constante depressão, que não encontra sentido em nada, nem nele mesmo, cometeu suicídio, e nesses casos é muito difícil, quiçá impossível, ele recuperar o que era, assim como o sujeito que cometeu o suicídio material, que é o ato de se matar biologicamente. Algumas vezes isso é fruto do suicídio espiritual, que já foi descrito anteriormente.
A filosofia vem justamente para orientar o indivíduo, através de questionamentos, da veracidade dessa imagem que construímos, o porqu~e dela ser assim, e como podemos viver independente dela, se é que isso é possível. Muito diferente da auto-ajuda, que estimula o sujeito a alcançar essa perfeição, muitas vezes sem olhar para o próximo, colocando o "eu" particular como o único que importa. Claro que isso é uma ideologia dominante, da competição, do "se dar bem", (tão enraizada, mas não unicamente típica, da cultura brasileira, até mesmo por um passado colonial, escravista e subordinado), que também determina, junto com as relações sociais e de trabalho da pessoa, essa imagem que ela faz de si mesma.. Exemplificando, vivemos em uma sociedade capitalista e competitiva, e quem não se adequa a isso não se realizará profissionalmente. Mas ambicionamos isso, pois os capitalistas o são (ou pelo menos passam a idéia de serem). Como em um livro que um dia li, " o mundo do dominador exerce fascício sobre o dominado, que deseja ser como o seu dominador, e passa a agir para um dia ser igual a ele". O dominador, no caso, é a imagem que o dominado quer alcançar. E quando não alcança... bem, isso já foi escrito e o texto já está começando, se já não estiver, muito redundante.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNada vem do nada,
ResponderExcluirMAS o AMOR vêm de tudo!
Vamos ficar com o AMOR e esquecer o nada,
Porque o nada é nada e tudo é o amor!
EU amo o diabo!
e tu,
Ainda vai continuar com o nada?
Paz e bem!